Como já explicamos no artigo anterior, o sono tem uma importância muito grande na saúde do corpo e na produtividade durante o trabalho. Ao mesmo tempo, a falta dele pode ser prejudicial durante todo o dia e mais ainda a longo prazo.
“Nosso sono não é igual durante a noite toda. Então dormir pouco ou fragmentar o descanso com sonecas pode impactar nosso desenvolvimento no longo prazo”, alerta a neurocientista e professora da Santa Casa, Carla Tieppo.
A pessoa que não dorme bem apresenta sinais de cansaço, falta de concentração, irritabilidade e não tem a mesma condição de executar as atividades pessoais e profissionais com qualidade. Isso faz com que erros “bobos” por desatenção sejam cada vez mais comuns e demandas importantes não sejam bem executadas. Uma sequência de noites mal dormidas pode afetar principalmente:
1. A concentração, uma vez que passamos o dia de forma “sonolenta”, e nesse estado o cérebro diminui sua capacidade de manter o foco, ser criativo e resolver problemas que, em dias que descansamos bem, seriam solucionados bem rápido;
2. A resistência física. Com a falta de sono vem a exaustão e assim, a percepção de cansaço físico fica ainda maior;
3. O aprendizado, pois é no momento que dormimos que acontece o aprendizado de verdade, pois é durante o descanso que o cérebro organiza todas as informações que adquirimos durante o dia;
4. As dores de cabeça. Noites mal dormidas geram baixas taxas de melatonina que ajudam a causar as enxaquecas;
5. O emocional. A falta de sono deixa o indivíduo mais reativo e impulsivo. Prejudicando o processo de comunicação e a socialização durante o trabalho. O corpo libera uma série de hormônios como a adrenalina e o cortisol que, por sua vez, trazem ansiedade e irritação.
Algumas pessoas sofrem de distúrbios como apneia do sono, em que a respiração é interrompida durante a noite, prejudicando a qualidade do descanso, e insônia, que é a dificuldade de dormir ou de manter um número mínimo de horas de repouso.
Mas, o que causa a falta de sono?
Geralmente, a falta de sono se manifesta nos indivíduos que estão com um grau de alerta elevado, conhecido como hiperalerta. Entretanto, a insônia pode se manifestar em decorrência de outras causas, como:
– Estresse: causado por preocupações com família, trabalho, saúde ou finanças, fazendo com que a pessoa fique com a mente ativa à noite, prejudicando o sono;
– Medicamentos: alguns medicamentos contêm cafeína e outros estimulantes que podem prejudicar o sono;
– Condições médicas: relacionada a outros problemas de saúde como apneia do sono, dor crônica, depressão, entre outras;
– Maus hábitos de sono: geralmente relacionados a horários irregulares para dormir, prática de atividades estimulantes à noite ou uso aparelhos eletrônicos antes de dormir.
Agora você já sabe os possíveis sintomas da falta de sono. A mudança de comportamento e verificação dessas causas podem ajudá-lo a ter uma noite de sono reparadora. Caso a falta de sono persista, consulte um especialista. O exame do sono, chamado polissonografia, ajuda a identificar outros possíveis distúrbios que precisam de tratamento.
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Redação: Marcela Lemgruber, Jornalista | MTB 0013368/DF
